Osteoporose e seus sinais de risco. No último artigo comentei sobre as fraturas de fêmur relacionadas a Osteoporose. Hoje vou falar sobre alguns sinais que podem indicar um alto risco do idoso vir a quebrar o fêmur.
O que é a Osteoporose?
A Osteoporose é uma doença que afeta a qualidade e a quantidade, avaliada pela densidade, de um osso. Conforme essas características vão piorando, os ossos ficam mais frágeis, tendendo a fraturas. As fraturas mais comuns relacionadas a Osteoporose são as vertebrais. Já pararam pra pensar o porque diminuímos de tamanho com a idade? Ocorre uma “acomodação” dos ossos da coluna, devido a fragilidade óssea, juntamente com a perda de água dos discos vertebrais. Em casos mais graves, a pessoa tende a ficar “corcunda”, ou cifótica, pelo acunhamento das vértebras (a parte da frente fica menor que a de trás, como num trapézio).
Osteoporose dói?
Essa é uma pergunta que foi sempre respondida de forma sucinta: não! Porém, alguns estudos comprovam que as microfraturas relacionadas a Osteoporose doem sim. Isso foi comprovado em pacientes que sentiam muitas dores nas costas e, após iniciar um tratamento, começaram a ter melhoras das dores. Portanto, comprova que são dores de origem mecânica, relacionadas a movimentação. Dores nas articulações dos joelhos, quadris, pés, ombros e outras não podem ser relacionadas a Osteoporose, e sim a outras doenças degenerativas.
E se a minha Densitometria for normal? Mesmo assim, posso quebrar?
Como dito anteriormente, o osso possui duas características que lhe dão resistência: quantidade e qualidade. A Densitometria Óssea é um exame que mede a Densidade Mineral Óssea, ou seja, a quantidade de cálcio presente dentro de um osso. Mas ela não mede a qualidade desse osso. Para medirmos essa qualidade, apenas em biópsia. E por que não fazer biópsia? Por ser um exame invasivo, visto que necessitamos retirar um fragmento do osso. Além disso, um pequeno fragmento pode ter uma qualidade diferente do resto do esqueleto.
Portanto, densitometria normal não quer dizer ossos normais. Para chegar a uma conclusão dessa são feitos vários exames, alguns subjetivos, que indicam quais são realmente os pacientes em alto risco para fraturas.
Já quebrei um osso. Posso quebrar outro?
Sim. Atualmente é imprescindível investigação para Osteoporose de pacientes que apresentam alguns tipos determinados de fraturas. Vale lembrar que a suspeita sempre é levantada em fraturas devido a traumas de baixa energia, principalmente as quedas da própria altura, situação que normalmente não levaria a fraturas. Fraturas na região do ombro, do punho, vértebras e fêmur são consideradas de alto risco para Osteoporose, independente de exames adicionais.
Um paciente que venha a quebrar o punho tem 2 vezes mais chance de quebrar uma vértebra que um paciente que nunca quebrou nada. Esse mesmo paciente, após quebrar uma vértebra, tem 5 vezes mais chance de quebrar o fêmur. Por isso, para evitarmos o que chamamos de “cascata fraturária”, após uma dessas fraturas, o médico tem que completar a investigação e tratar a doença.
Meus pais quebraram o fêmur. Corro o mesmo risco?
Sim. Parentes de primeiro grau com história de fratura por fragilidade aumenta consideravelmente o risco. Se você conhece a história da família, e sabe que algum parente de primeiro grau teve esse diagnostico, corra atrás de investigação e tratamento. O tratamento da Osteoporose é longo.
Há outros sinais de risco, como raça caucasiana (branca), mulheres, emagrecidas, que tomam pouco sol, que apresentam alterações intestinais, alergia ao leite e derivados, pessoas que moram em regiões frias, com pouca luminosidade, pessoas que são caidores, ou seja, caem mais de 2 vezes ao ano.
Portanto, se algum desses sinais estão presentes em você ou em algum membro da família, faça uma avaliação com um especialista. Como disse mais acima, o tratamento é longo, e, com certeza, prevenir a fratura é melhor que remediá-la.
Obrigado e abraços.
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